Por que a energia elétrica é tão cara no Brasil

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, demonstrou em 2018 estar preocupado com o grande aumento nas tarifas de energia no Brasil, que vêm ocorrendo no decorrer dos anos, e falou que as autoridades do setor precisavam encontrar uma saída para conter os preços. Mas o que faz a energia elétrica tão cara para os consumidores brasileiros?

Para responder esta pergunta, preparamos uma lista com alguns dos fatores que mais influenciam nos preços da energia no Brasil. Acompanhe.

Impostos

Os estados cobram o Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Serviços (ICMS) que corresponde a 30% do valor da conta de energia, isso significa que o aumento do valor da conta nos últimos anos aumentou proporcionalmente a fatia dedicada aos estados, com uma variação nos últimos anos que vai além da inflação.

Subsídios

Outro fator importante são os subsídios para famílias de baixa renda nos estados mais pobres do Brasil. Estes subsídios representam cerca de 20% do valor da conta de luz, pagos diretamente pelo consumidor final, ao invés de serem cobertos pelo Tesouro ou pela própria arrecadação de impostos do país.

Outorgas

As taxas de outorgas, que são pagas pelas empresas vencedoras de licitação para explorar uma linha de transmissão ou uma usina. Essas taxas servem para garantir a seriedade das empresas que participam das licitações, porém o valor recebido vai para os cofres públicos e depois é embutido pelas empresas vencedoras em suas tarifas, gerando mais custos para os consumidores finais.

Demora na liberação de Hidrelétricas

O tempo de demora na autorização e liberação da construção e funcionamento das novas hidrelétricas, mesmo as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que pode chegar a até 10 anos, mina o potencial de produção de energia elétrica no Brasil. A demora impede a geração de energia elétrica limpa e impulsiona usinas térmicas, que poluem mais e são mais caras para implementar e operar.

Como você pode perceber, praticamente metade de sua conta de energia é dedicada a pagar impostos e suprir diretamente subsídios que poderiam fazer parte do orçamento público. Já a outra metade poderia ter seu custo reduzido se as licitações públicas não exigissem mais taxas das empresas participantes e se a burocracia não fosse tão debilitante para as atividades de produção de energia.

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